quarta-feira, 27 de agosto de 2008

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(breve comentário sobre pontos finais)

É um tendência, uma mania (quase um talento): destruir as coisas assim que elas começam a se consolidar. Tudo começa com um desejo intenso, uma vontade de dizer coisas bonitas, declarações de eternidade, pieguices, planos longínquos que jamais acontecerão. Depois vem o cansaço, uma farpa insistente no dedão do pé direito, um calo no calcanhar. É assim. Aquele ácido que corrói aos poucos e a gente só sente quando o sentimento já está dissolvido, insípido, incolor e nem um pouco inodoro. Porque o fim nunca cheira bem. Pesa no nariz, pesa no cérebro que não quer mais associar o cheiro com aquele ar de sorvete-de-morango-silvestre e cinema-no-fim-de-uma-tarde-ensolarada. Fica tudo com cheiro de enterro. O mofo que corrói a alma. Por sorte, às vezes sobra a educação que tão bem tenta substituir a afetividade. Restam palavras como “afetividade” & “afeição” & “carinho”, e no fim, a mais temida: “amigos” – (que ainda possamos ser).
Pois bem, amantes quiçá, futuros amigos serão.
Ou não.

Adeus, meu bem.
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(ainda preciso especificar o que é/não é realidade?)

4 comentários:

Karenin disse...

Eu diria Divino..se ñ fosse agnóstica...Mas classifico adjetivamente como EXCELENTE.Parabéns.

Íris: disse...

Que elogio tão bem vindo! =)
Obrigada... Pena que não consigo acessar teu perfil. :/

Marina Moura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marina Moura disse...

e essa técnica apurada, dona ilanna...lindo, lindo :)