terça-feira, 17 de novembro de 2009

Não era tarde. Apenas passava de meia-noite, os novos mal hábitos permitiam. Um champanhe, dois, três. O primeiro para brindar, o segundo para soltar. Terceiro para parar de contar. Um rosto comum, conhecido. Rosto de todos os dias. O mesmo sorriso, mesmo perfume. Rosto suado. Chega perto. Encosta. Dança. É o rosto comum de todos os dias, nada de novo, nenhuma surpresa. As mãos suavam e não era da dança. As pernas bambas e não era da dança. Os corpos juntos também não eram. É culpa do champanhe, é culpa do champanhe, é culpa do champanhe. Três vezes para convencer. Rosto perto. Beijo. Beijos. Melhor noite. Depois, rotina. Ainda era o mesmo rosto, mas com algo a mais. Pernas sempre bambas. Sangue pulsando apressado. E não havia mais champanhe. Não havia mais no que pôr a culpa.

"Não, meu bem, não adianta bancar o distante
lá vem o amor nos dilacerar de novo..."